quinta-feira, 14 de julho de 2011

The Vampire Diaries

Quando nos deparamos com uma boa adaptação, logo imaginamos o original superando-a com uma grande vantagem. Essa idéia pré-concebida nos persegue até conhecermos o produto que deu origem a releitura e, na maioria das vezes, o conceito é confirmado. No caso da crítica de hoje, a concepção que o original sempre é melhor que a adaptação cai por terra. E na obra The Vampire Diaries esse fator pode ser comprovado. Num contexto geral, a série televisiva supera, e muito, os livros da autora Lisa Jane Smith.

Os primeiros volumes foram lançados como uma trilogia em 1991, e com a grande difusão dos três primeiros livros, a autora escreveu o quarto da série em 1992. Já em 2009, foram anunciados mais três livros como continuação, após a grande audiência obtida pela série de TV, por pressão mercadológica. 

E por que a série foi lançada? Para atender o público cada vez maior das estórias relacionadas às criaturas noturnas, devido também à explosão de Crepúsculo, que fez os produtores do canal americano The CW investirem nessa adaptação dos livros de Smith, consequentemente obtendo o esperado: um dos seriados de maior sucesso entre os jovens.


O enredo foi totalmente refeito pelos roteiristas da TV, sobrando muito pouco da obra original. Se o telespectador recorrer ao livro, pensando ser melhor que a série, vai ficar decepcionado. Nesse caso aconteceu algo incomum no mundo das adaptações, a releitura conseguiu ser melhor – e não é pouca a vantagem – que a obra original. A estória ganhou novos personagem e fatos coerentes, que são perdidos nas páginas dos livros onde cada acontecimento é mal contado e tem um desfecho sem sentido.

No quinto livro, Diários de Vampiro: Retorno: Amanhecer, é possível notar como a autora pecou em alguns fatos, até porque o enredo termina em 1994 e, no penúltimo livro lançado no Brasil, ele continua do mesmo ponto, mas parece que Lisa Jane Smith não respeitou a temporalidade e vemos coisas como celular 3G, modelos de carros que não existiam na época, entre outros absurdos no decorrer da publicação. Além de uma narrativa cansativa, com personagens pouco atraentes, que faz o leitor quase desistir de terminar o livro (eu mesma quase não consegui).

Abordando a temática do amor humano/vampiro, o livro The Vampire Diaries nos introduz à pequena cidade americana de Fells Church – no seriado chama-se Mystic Falls -, onde encontramos uma garota popular e egocêntrica chamada Elena. Ela é o centro das atenções por onde passa, mas acaba ficando órfã de uma hora para outra. Nesse período tumultuado de sua vida, aparece um garoto bem interessante na cidade, Stefan Salvatore, que desperta a curiosidade de Elena. Ela se vê no direito de conquistá-lo e acaba alcançando seu objetivo. Só o que a nossa protagonista não sabia é que o bonitão era um vampiro e tinha um irmão com sede de vingança à procura dele.

Ian Somerhalder é Damon Salvatore, Nina Dobrev é Elena Gilbert e Paul Wesley é Stefan Salvatore .
Já na série, todo esse enredo foi reestruturado, fator essencial para seu sucesso. Alguns personagens foram excluídos no roteiro do seriado e, de fato, não fizeram tanta diferença e outros se fundiram em um só, como o caso das amigas Bonnie e Meredith transformadas em Bonnie. Os três protagonistas ganharam uma nova roupagem, uma Elena mais para mocinha e sem aquele egocentrismo exacerbado (medíocre, sim), um Stefan lutando contra seus instintos de predador – vezes ganhando, vezes perdendo - e um Damon mais sexy e irônico, cativando assim os telespectadores jovens mais que a obra original. Novas estórias foram inseridas de uma maneira coerente, interligando todos os fatos e personagens. Tudo isso sem pontas soltas como percebemos nos livros.

A série prima pelo ótimo roteiro, produção e elenco, cumprindo o que promete: ser um seriado adolescente bem feito (bem diferente de Crepúsculo que, aliás, foi escrito bem depois de Diários do Vampiro). Não é a toa que se tornou um sucesso nas suas duas temporadas exibidas, pois tem um dedo – ou vários – de alguém que entende do negócio, Kevin Williamson, criador do também seriado adolescente Dawson’s Creek. Ele desenvolveu a série e reinventou todo enredo, transformando um tema sutil e batido – vampiro - em algo interessante, atingindo seu ápice na segunda temporada. Para quem ainda tem dúvidas sobre qual é o melhor, a dica é conferir os dois – original e adaptação – e tirar suas próprias conclusões.

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