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segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Caçador de Pipas: até onde o ser humano chega com a covardia

Na crítica de hoje vamos falar sobre a adaptação para o cinema do romance escrito por Khaled Hosseini chamado “O caçador de pipas”, um sucesso de vendas no mundo. O caçador de pipas é uma narrativa que expõe a crueldade e a covardia do ser humano de modo nu e que revela a traição de uma amizade pura e desinteressada. Mostra também o preconceito e a discriminação de uma sociedade desigual, mesquinha, intolerante e desumana, deturpadora da religião e podre politicamente.



A história se passa em Cabul/Afeganistão, nos anos 70. Amir, de etnia pashtuns (muçulmano sunni), e rico; e Hassan, de etnia hazara (muçulmano shi’a), pobre e empregado da casa, cresceram juntos compartilhando brincadeiras e gostos. Não havia nada que Ami pedisse que Hassan não fizesse. O filho do empregado era fiel e dedicado à família à qual servia. Era corajoso e de uma dignidade incomparável.


De Ami não podemos falar a mesma coisa. Covarde é o sobrenome. De nobreza somente o dinheiro e embora soubesse ler e escrever, muitas vezes o sábio era Hassan, o menino de lábio leporino. Os dois garotos são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americano e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 75, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção.



Após desperdiçar a última chance (o filho do patrão, após ver Hassan ser estuprado covardemente por outros garotos ricos medíocres, machistas – mas homossexuais – simula o furto de um relógio, colocando o objeto nas coisas do filho do empregado), Amir vai para os USA, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão. Mas o destino o faz voltar vinte anos depois do acontecimento com Hassan e a pipa azul à sua terra natal para acertar as contas com o passado.


A narrativa do livro é intensa, detalhista e verdadeira. É envolvente a ponto de despertar sentimentos (bons e ruins) ao longo do desenrolar dos fatos, com revelações chocantes e que explicam atitudes mal compreendidas por Amir em relação ao carinho de seu pai pelo menino leporino.


O livro foi lançado em 2006 e adaptado para o cinema em 2007. Teve direção de Marc Forster e roteiro de David Benioff. As diversas opiniões dos leitores apontam para satisfação com o filme. De fato, o roteiro conseguiu expressar o drama dos amigos/irmãos, além do drama social no qual o país se encontrava naquele ano.


As duas principais cenas do filme (que é o momento em que Hassan ainda menino é violentado e a cena onde Amir finalmente encontra-se com seu sobrinho e resgata-o) conseguiram ser impactantes e discretas ao mesmo tempo. A primeira foi trabalhada de modo que desse a entender o sofrimento e a humilhação do estupro sem que houvesse necessidade de explicitá-la como o livro fez. E a segunda foi a redenção dos pecados do passado, mostrou a coragem adormecida dentro do homem que nunca esqueceu a caça aquela pipa azul. Recomendo primeiro a leitura do livro e depois o filme.




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