Jane Austen e suas releituras

Veja a entrevista com a presidente da Jane Austen Sociedade do Brasil, Adriana Zardini.

Anjos e Demônios

Será que essa adaptação foi aprovada pela Equipe No Set?

Coluna do leitor traz Eu, Robô

Petras Furtado fala sobre a adaptação do livro de 1950.

Across the Universe

Para comemorar a semana do Rock nada melhor que uma boa adaptação sobre o tema.

The Vampire Diaries

A adaptação pode ser melhor que o original? Isso você vê aqui!

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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Nosso leitor opina sobre Eu, Robô

Hoje aqui no blog, nós teremos uma participação bem especial de um fã da sétima arte e grande conhecedor da obra Isaac Asimov que deu origem à adaptação Eu, Robô. Petras Furtado é repórter cinematográfico e tem um blog bem interessante sobre cinema. Após a apresentação, vamos logo ao que interessa: a opinião desse leitor sobre a adaptação protagonizada pelo americano Will Smith. 

“O primeiro livro — que não fosse infantil ou escolar — que li chamava-se Eu, Robô, uma pequena compilação de contos de um escritor chamado Isaac Asimov. Na época, chamaram-me a atenção o pequeno volume de páginas (fácil de ler!) e a capa com um robô, o que para minha imaginação de menino, era algo irresistível. Embora tivesse sido lançado originalmente em 1950, a coletânea só chegou no Brasil (e especificamente, às minhas mãos) em meados dos anos 70. Mas eram estórias maduras e que apresentavam várias camadas de compreensão e detalhes, já que a continuei lendo nos próximos dez anos. Foi minha primeira imersão no universo de ficção científica.



O livrinho continha nove contos que mostravam o panorama de um futuro aparentemente próximo, onde destacavam-se os elementos que depois seriam um padrão nas narrativas de robôs de Isaac Asimov: A fria e mal-amada robopsicóloga Susan Calvin (a serviço da fábrica de renome mundial Robôs e Homens Mecânicos U.S.), as Três Leis da Robótica (que restringiam o comportamento de um robô, impedindo que ele pudesse ferir um ser humano) e a repercussões morais que resultavam da interação entre os robôs e a sociedade humana. 


Os primeiros contos mostravam robôs como um elemento experimental da indústria, equipados com corpos nitidamente artificiais e os famosos cérebros positrônicos, computadores capazes do mesmo esforço racional de um ser humano — apesar da falta de emoções. As três leis da robótica tornaram-se tão populares, que muitos escritores de ficção científica passaram a copiá-las ou usá-las como referência:

1. Um robô não pode ferir um ser humano, ou, por inação, permitir que um ser humano se fira;

2. Um robô deve obedecer a todas as ordens de um ser humano, exceto quando esta entrar em conflito com a primeira lei;

3. Um robô deve proteger sua existência, desde que isso não entre em conflito com a primeira e segunda leis.



Já o filme de 2004, dirigido por Alex Proyas e estrelado por Will Smith, que se passa no ano de 2035, mostra um futuro quase utópico, onde os robôs são uma visão comum nas ruas de uma Chicago, em uma grande variedade de serviços públicos.


O núcleo do filme gira ao redor da investigação do assassinato do cientista em robótica Alfred Lanning, pelo detetive Del Spooner. Ambos eram amigos, já que Lanning era responsável pela cirurgia que salvou a vida de Spooner, em um acidente ocorrido vários anos antes, do qual também se origina o desgosto de Spooner pelos robôs.



A partir daí temos segredos corporativos, intrigas e um interesse romântico (entre Del e Susan Calvin, assistente de Lanning e literalmente apaixonada por robôs) que parece nunca se concretizar. Acrescente a isso um supercomputador corporativo excessivamente zeloso e um robô suspeito do assassinato de Lanning, que sonha com um futuro onde ele lidera outros robôs como uma espécie de revolução ou insurgência  — uma referência direta a um conto de Asimov chamado Visões de Robô, que aparece na coletânea de mesmo nome. Outra referência é ao conto Conflito Evitável, onde supercomputadores funcionam como administradores globais, por acreditarem que são capazes de dirigirem a humanidade melhor que nós mesmos.


Os contos e romances robóticos de Asimov são geralmente de natureza reflexiva, onde seus heróis vencem os obstáculos ao redor com astúcia, intelecto e muito bom humor — o que não acontece no filme, que é uma receita clara de blockbuster com muita ação, multidões de robôs para serem despedaçados pelos tiros do protagonista, perseguições de automóveis, reviravoltas previsíveis e o clímax óbvio.


O que se salva, talvez, na película, seja o apelo visual do filme, limpo e claro, uma narrativa ágil que não dá sono, e o design dos robôs, que denota, em especial, a mudança de geração dos robôs mais velhos para os mais novos — estes, com aparência mais humanizada, com formas suaves e um jeitão meio Microsoft (o que mete um certo medo).


Se colocarmos os dois na balança, veremos que há pouco do autor original neste filme, e este pouco não chega a fazer uma diferença. Se era para fazer um filme de ação de ficção científica, não era necessário tentar fazer pensar o público, que é tudo que Eu, Robô consegue. Diversão, sim, entretenimento puro e simples.

Mas é só.



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quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Curioso Caso de Benjamin Button

Hoje, no nosso espaço do leitor, temos a participação da estudante de Jornalismo e apaixonada pela sétima arte, Lissiany Oliveira. Ela nos conta o que achou da adaptação do romance de 1920 de F. Scott Fitzgerald. 


Vamos conferir?



“Sempre que resolvo comprar alguns DVD's para ter em casa acabo escolhendo filmes que já assisti, curiosamente isso acaba acontecendo mesmo quando a minha intenção é ver novos filmes. Foi o que aconteceu desta vez.

Assisti O Curioso Caso de Benjamin Button no cinema, mas quando vi seu DVD na prateleira não resisti e acabei o comprando. Não que eu tenha amado o filme ao ponto de tê-lo em casa, o fato é que eu sai da sala de cinema pensando que eu não tinha achado lógica alguma naquela história simplesmente pelo fato de não ter prestado atenção na trama ou coisa parecida.

Então, por um momento eu tive um lapso de esperança de que se eu assistisse ao filme novamente eu ia entender o que levou o pobre Benjamin Button a nascer velho e morrer jovem. Mero engano, a única coisa que consegui foi chegar a conclusão de que esse filme realmente não tem lógica e que curioso é só um adjetivo delicado que utilizaram no título para não ter que utilizar expressões do tipo "sem pé nem cabeça" ou "tosco".

O filme é um drama baseado no clássico romance homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos 20 que conta a história de Benjamin Button (Brad Pitt), um homem que misteriosamente (e bote misteriosamente nisso!) nasce com a aparência e doenças típicas de um senhor de 80 e poucos anos.

Abandonado por seu pai, um empresário milionário do ramo de botões, na escadaria de um asilo que coincidentemente era administrado por uma mulher que não tinha filhos - O primeiro de uma série de clichês que são apresentados ao longo do filme.

Enquanto Benjamin passa a sua vida sofrendo as bizarrices do fenômeno sem fundamento, nós expectadores passamos o filme tentando entender como é que o diretor David Fincher conseguiu transformar uma história que tinha tudo para ser tão interessante em um filme de 2 horas e 47 minutos tão entediantes.

Pois é, história interessante, bons atores, efeitos visuais perfeitos (até agora fico embasbacada quando me lembro da cena em que Benjamin reencontra a filha, já adolescente. Eles conseguiram deixar Brad Pitt com uma aparência incrivelmente jovem!), tudo conspirava a favor do filme, mas, a exagerada preocupação do diretor David Fincher em nos deixar de olhos arregalados com os efeitos especiais e o roteiro vergonhoso de Erich Roth foram suficientes para acabar com o que tinha tudo para ser uma obra prima.

A começar pela narração (o filme é narrado em forma de diário), o longa se transformou em um turbilhão de clichês em série e como se não bastasse, algumas cenas chegam a ser dignas de boas risadas como por exemplo, a cena da primeira noite de amor entre Benjamin e Daisy. A cena teria sido linda se David Fincher não tivesse desviado a câmera para mostrar coisas absurdas como a fumaça da calefação e um ratinho correndo pelo chão, foi frustrante.

Além disso, Erich Roth não fez um mínimo esforço para dar uma lógica a trama, tudo bem, F. Scott Fitzgerard também não o fez, mas, temos que levar em consideração que o livro dele possui apenas 25 páginas enquanto que o filme tem quase três horas de duração. Até tem aquela história do relógio que funciona ao contrário, mas, e aí? ainda não saquei onde ela se encaixa.

E não para por aqui não, Cate Blanchet (Daisy) passa 1 hora e 40 minutos de projeção deitada em uma cama, velha moribunda, apenas contando (ou seria gemendo?) sua história para a filha enquanto o furacão Katrina se aproxima de New Orleans. Somente na segunda metade do longa é que a atriz surge no esplendor de sua juventude como uma bailarina do American Ballet Theatre.

Para acabar de vez com o filme a sequência em que Benjamin vai recuando até virar bebê de colo, é uma verdadeira decepção e foi nesse momento que eu tive a absoluta certeza que essa história foi completamente desperdiçada nas mãos de David Fincher.

Apesar de tudo não há como negar que o diretor realizou um ótimo trabalho técnico, no entanto, o foco na história em si foi totalmente desviado e o que parecia ser o grande trunfo da produção acabou condenando o longa.”


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