Hoje, no nosso espaço do leitor, temos a participação da estudante de Jornalismo e apaixonada pela sétima arte, Lissiany Oliveira. Ela nos conta o que achou da adaptação do romance de 1920 de F. Scott Fitzgerald.
Vamos conferir?
Vamos conferir?
“Sempre que resolvo comprar alguns DVD's para ter em casa acabo escolhendo filmes que já assisti, curiosamente isso acaba acontecendo mesmo quando a minha intenção é ver novos filmes. Foi o que aconteceu desta vez.
Assisti O Curioso Caso de Benjamin Button no cinema, mas quando vi seu DVD na prateleira não resisti e acabei o comprando. Não que eu tenha amado o filme ao ponto de tê-lo em casa, o fato é que eu sai da sala de cinema pensando que eu não tinha achado lógica alguma naquela história simplesmente pelo fato de não ter prestado atenção na trama ou coisa parecida.
Então, por um momento eu tive um lapso de esperança de que se eu assistisse ao filme novamente eu ia entender o que levou o pobre Benjamin Button a nascer velho e morrer jovem. Mero engano, a única coisa que consegui foi chegar a conclusão de que esse filme realmente não tem lógica e que curioso é só um adjetivo delicado que utilizaram no título para não ter que utilizar expressões do tipo "sem pé nem cabeça" ou "tosco".
O filme é um drama baseado no clássico romance homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos 20 que conta a história de Benjamin Button (Brad Pitt), um homem que misteriosamente (e bote misteriosamente nisso!) nasce com a aparência e doenças típicas de um senhor de 80 e poucos anos.
Abandonado por seu pai, um empresário milionário do ramo de botões, na escadaria de um asilo que coincidentemente era administrado por uma mulher que não tinha filhos - O primeiro de uma série de clichês que são apresentados ao longo do filme.
Enquanto Benjamin passa a sua vida sofrendo as bizarrices do fenômeno sem fundamento, nós expectadores passamos o filme tentando entender como é que o diretor David Fincher conseguiu transformar uma história que tinha tudo para ser tão interessante em um filme de 2 horas e 47 minutos tão entediantes.
Pois é, história interessante, bons atores, efeitos visuais perfeitos (até agora fico embasbacada quando me lembro da cena em que Benjamin reencontra a filha, já adolescente. Eles conseguiram deixar Brad Pitt com uma aparência incrivelmente jovem!), tudo conspirava a favor do filme, mas, a exagerada preocupação do diretor David Fincher em nos deixar de olhos arregalados com os efeitos especiais e o roteiro vergonhoso de Erich Roth foram suficientes para acabar com o que tinha tudo para ser uma obra prima.
A começar pela narração (o filme é narrado em forma de diário), o longa se transformou em um turbilhão de clichês em série e como se não bastasse, algumas cenas chegam a ser dignas de boas risadas como por exemplo, a cena da primeira noite de amor entre Benjamin e Daisy. A cena teria sido linda se David Fincher não tivesse desviado a câmera para mostrar coisas absurdas como a fumaça da calefação e um ratinho correndo pelo chão, foi frustrante.
Além disso, Erich Roth não fez um mínimo esforço para dar uma lógica a trama, tudo bem, F. Scott Fitzgerard também não o fez, mas, temos que levar em consideração que o livro dele possui apenas 25 páginas enquanto que o filme tem quase três horas de duração. Até tem aquela história do relógio que funciona ao contrário, mas, e aí? ainda não saquei onde ela se encaixa.
E não para por aqui não, Cate Blanchet (Daisy) passa 1 hora e 40 minutos de projeção deitada em uma cama, velha moribunda, apenas contando (ou seria gemendo?) sua história para a filha enquanto o furacão Katrina se aproxima de New Orleans. Somente na segunda metade do longa é que a atriz surge no esplendor de sua juventude como uma bailarina do American Ballet Theatre.
Para acabar de vez com o filme a sequência em que Benjamin vai recuando até virar bebê de colo, é uma verdadeira decepção e foi nesse momento que eu tive a absoluta certeza que essa história foi completamente desperdiçada nas mãos de David Fincher.
Apesar de tudo não há como negar que o diretor realizou um ótimo trabalho técnico, no entanto, o foco na história em si foi totalmente desviado e o que parecia ser o grande trunfo da produção acabou condenando o longa.”
Faça como Lissiany e nos envie sua opinião sobre alguma adaptação também!
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